“Acredito convictamente que podemos criar um mundo livre de pobreza se todos acreditarmos em conjunto. Num mundo livre de pobreza o único sítio onde será possível ver pobreza será nos museus. Quando as crianças em idade escolar fizerem visitas aos museus da pobreza ficarão escandalizadas com a miséria e a indignidade que alguns seres humanos tiveram de sofrer. Culparão os seus antepassados por terem tolerado esta condição desumana que durante tanto tempo existiu para tanta gente.” – Muhammad Yunus, Prémio Nobel da Paz 2006, Fundador do Grameen Bank
No dia 5 de Dezembro de 2008 um grupo de colaboradores da Ferconsult esteve na rua a distribuir cerca de 70 sacos com géneros alimentares – sanduiches, bolo-rei, bolachas, fruta, leite, iogurtes – e meias de Inverno, entre a população sem-abrigo de Lisboa, na zona de Santa Apolónia, Terreiro do Paço, Cais Sodré e Martim Moniz.
A iniciativa partiu da vontade de duas pessoas e posteriormente, de algumas dezenas de colaboradores que aderiram com donativos, tempo e disponibilidade (o nosso especial agradecimento para ti Anabela Marques, a ‘melhor angariadora’ da nossa história, que tornou possível a soma final de 300€). No total a ‘equipa de rua’ foi constituída por seis pessoas, tendo a empresa disponibilizado dois veículos que foram usados na distribuição.
Partilhar a experiência é difícil, ela teve seguramente significados vários para cada um de nós, alguns comuns. Descobrimos que os sem-abrigos, por sua vez, só têm em comum a pobreza, porque existem pessoas jovens e idosas, homens e mulheres, limpos e sujos, assumidos e disfarçados, com e sem adicções – e cada um com uma história muito própria. No meio dos vários rostos houve casos que marcaram por motivos diferentes. Um foi uma adolescente, toxicodependente, que dormia debaixo do viaduto no cais de Santa Apolónia – disse-lhe o meu nome, apertei-lhe a mão e perguntei-lhe se tinha fome e queria comida. Ela tirou o chapéu em sinal de respeito, ficou a apertá-lo nas mãos e sorriu – disse que sim, foi a mais jovem que encontrámos. Descobrimos que às vezes aqueles que não parecem são também sem-abrigo, como os três idosos na paragem do autocarro em Santa Apolónia – abrigados, juntos, só as várias camadas de roupa davam pistas sobre o facto que também estavam ali para passar a noite – como depois percebemos ser frequente nas paragens de autocarro.
Descobrimos que para além de comida também carecem de dois dedos de conversa e alguma atenção. Descobrimos que nem toda a gente abraça a caridade como uma oferta. Descobrimos que são precisos mais agasalhos e cobertores, para além de comida, porque o calor é a ‘segunda fome’ que sentem – e foi o que nos pediram.
E vamos dar-lhes. Por isso fazemos novo pedido, desta vez de agasalhos (malhas, camisolas, cachecois, luvas, gorros) e cobertores (mantas, edredons, xailes), a entregar até dia 23 Janeiro – quando será feita nova distribuição. As ofertas devem ser entregues na recepção da Ferconsult.
A todos os que participaram e vão participar, o nosso ‘Muito Obrigado’.
No dia 5 de Dezembro de 2008 um grupo de colaboradores da Ferconsult esteve na rua a distribuir cerca de 70 sacos com géneros alimentares – sanduiches, bolo-rei, bolachas, fruta, leite, iogurtes – e meias de Inverno, entre a população sem-abrigo de Lisboa, na zona de Santa Apolónia, Terreiro do Paço, Cais Sodré e Martim Moniz.
A iniciativa partiu da vontade de duas pessoas e posteriormente, de algumas dezenas de colaboradores que aderiram com donativos, tempo e disponibilidade (o nosso especial agradecimento para ti Anabela Marques, a ‘melhor angariadora’ da nossa história, que tornou possível a soma final de 300€). No total a ‘equipa de rua’ foi constituída por seis pessoas, tendo a empresa disponibilizado dois veículos que foram usados na distribuição.
Partilhar a experiência é difícil, ela teve seguramente significados vários para cada um de nós, alguns comuns. Descobrimos que os sem-abrigos, por sua vez, só têm em comum a pobreza, porque existem pessoas jovens e idosas, homens e mulheres, limpos e sujos, assumidos e disfarçados, com e sem adicções – e cada um com uma história muito própria. No meio dos vários rostos houve casos que marcaram por motivos diferentes. Um foi uma adolescente, toxicodependente, que dormia debaixo do viaduto no cais de Santa Apolónia – disse-lhe o meu nome, apertei-lhe a mão e perguntei-lhe se tinha fome e queria comida. Ela tirou o chapéu em sinal de respeito, ficou a apertá-lo nas mãos e sorriu – disse que sim, foi a mais jovem que encontrámos. Descobrimos que às vezes aqueles que não parecem são também sem-abrigo, como os três idosos na paragem do autocarro em Santa Apolónia – abrigados, juntos, só as várias camadas de roupa davam pistas sobre o facto que também estavam ali para passar a noite – como depois percebemos ser frequente nas paragens de autocarro.
Descobrimos que para além de comida também carecem de dois dedos de conversa e alguma atenção. Descobrimos que nem toda a gente abraça a caridade como uma oferta. Descobrimos que são precisos mais agasalhos e cobertores, para além de comida, porque o calor é a ‘segunda fome’ que sentem – e foi o que nos pediram.
E vamos dar-lhes. Por isso fazemos novo pedido, desta vez de agasalhos (malhas, camisolas, cachecois, luvas, gorros) e cobertores (mantas, edredons, xailes), a entregar até dia 23 Janeiro – quando será feita nova distribuição. As ofertas devem ser entregues na recepção da Ferconsult.
A todos os que participaram e vão participar, o nosso ‘Muito Obrigado’.
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